Foto: arquivo de família

JORGE VAITSMAN: BIOGRAFIA

Nascido em Campos dos Goytacazes, Estado do Rio de Janeiro, em 2 de junho de 1913, Jorge Vaitsman foi o segundo dos oito filhos de imigrantes judeus poloneses. A família mudou-se para Belo Horizonte, onde formou-se veterinário, em 1937, pela antiga Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária. Logo começou a trabalhar na indústria farmacêutica (Laboratórios Raul Leite), destacando-se no estudo de doenças infecciosas e meios de controle. Nesta época, publicou uma revisão bibliográfica completa sobre carbúnculo hemático (Carbúnculo hemático, vacinação e acidentes vacinatórios, Editora O Campo, 1945).

No final da década de 40, casado e radicado no Rio de Janeiro, Jorge Vaitsman passou a trabalhar no Serviço de Informação Agrícola (SIA) do Ministério da Agricultura, onde instituiu uma política educacional para o meio rural, distribuindo às estações de rádio mensagens de orientação técnica, comunicadas através personagens por ele criados, em linguagem acessível à população.

Tornou-se redator da revista O Mundo Agrário, lançada em março de 1953. A partir do final da década de 1950, participou intensamente do processo de crescimento e industrialização da avicultura brasileira. Integrou a Comissão Nacional de Avicultura, do Ministério da Agricultura, tendo sido seu secretário executivo entre 1957 e 1961. Entusiasta de seu trabalho, viajava para acompanhar de perto o que acontecia no país, patrocinava manuais, congressos, campanhas de consumo e introdução de novas técnicas. Chegou a escrever livros de receitas para estimular o consumo de aves e ovos, além de outros títulos sobre vigilância sanitária. Durante muitos anos, dirigiu a revista do Clube Municipal, que defendia os direitos dos funcionários públicos. Também redigiu a minuta da Lei 2.291, de 06.12.1973, que estabeleceu novos parâmetros para as ações do Estado na profilaxia da raiva.

Veterinário concursado pelo Distrito Federal, Jorge Vaitsman participou de campanhas que culminaram com a publicação da Lei Federal n° 5.517, de 23/10/1968, que ampliou as áreas de atuação de sua categoria profissional.

Foi professor de Microbiologia da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói (RJ).

Falecido ao dia 12 de março de 1977, foi homenageado pelo Decreto Municipal n° 1320 de 1977, que rebatizou o então Instituto Estadual de Medicina Veterinária com o seu nome em 24 de novembro de 1977. Foi uma merecida homenagem a um profissional lembrado não apenas como técnico e cientista, mas também como cidadão, jornalista, escritor e membro atuante de entidades da sociedade civil brasileira. Nas palavras de seu colega e amigo, Jorge Pinto Lima, "Jorge Vaitsman foi um executor de trabalhos de interesse público, cujos frutos amadureceram para todos."