AUTOMÓVEL CLUBE
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Fachada frontal

Localização. Localizado na Rua do Passeio, 90, na quadra delimitada a direita pela Rua das Marrecas e a esquerda pelo Largo da Lapa. Sua fachada em estilo neoclássico se abre diretamente para a calçada, fazendo limites com a Escola de Música da UFRJ e com um lote vazio de propriedade da Escola Superior de Desenho Industrial da UERJ.

Histórico. Com a criação do Passeio Público em 1783, a área antes degradada da Lagoa do Boqueirão, se torna um bairro nobre atraindo a instalação da corte portuguesa. Nesse contexto se encontra a residência do Marquês de Barbacena, projetada pelo arquiteto Araújo Porto - Alegre, posteriormente (1939) adquirida pelo comendador Machado Coelho. Não há registro anterior a essa data das construções que poderiam ali existir, mas através do estudo da cartografia da época pode-se afirmar que havia uma ocupação próxima a atual (nos limites laterais e frontal do lote), seguindo o modelo colonial.

Em 1845 a propriedade foi alugada para o recém criado Cassino Fluminense, um dos mais importantes salões da capital imperial, palco dos principais bailes da corte. Tendo em vista o enorme sucesso alcançado pelo cassino fez-se necessária a compra do imóvel em 1854 e durante o período de 1855 à 1860 foi alvo de grande reforma ou total reconstrução sob comando do arquiteto Luis Hoxse. Tanto os espaços principais quanto a fachada atual datam dessa reforma.

A proclamação da República e conseqüente convocação da Assembléia Constituinte Republicana levaram o Congresso a se instalar no Cassino Fluminense, em novembro de 1890, no período das sessões preparatórias.

A partir do ano de 1900 o imóvel passa a abrigar o Clube dos Diários, composto pelos poucos proprietários de carros na cidade e que durante o final de semana viajam a Petrópolis. Em 1910 é adquirido pelo mesmo. Neste mesmo ano se inicia uma nova reforma sob o traço de Joseph Gire, executada pela construtora Januzzi, responsável pela instalação da port-couche metálica na portada principal e pela ornamentação de estilo eclético.

Em 1924 o clube se funde com o Automóvel Clube do Brasil, empreendendo novas reformas ainda sob a égide de Joseph Gire, como a construção do Jardim de Inverno e seus salões laterais.

Durante o ano de 1964 manteve a sua função de espaço de lazer e serviu ainda como ponto de encontro de políticos e base para comícios como o de João Goulart durante um baile militar em 30 de março, que funcionou como estopim do golpe militar.

No ano seguinte, é decretado o tombamento do imóvel a nível estadual (DECRETO “E” nº. 802 – de 24 de julho de 1965), sendo sua inscrição realizada na então Divisão de Patrimônio Histórico e Artístico. Com a extinção do Estado da Guanabara, o tombamento é transferido para o estado, representado pelo Instituto Estadual de Patrimônio Cultural (INEPAC).

Por mais de trinta anos o edifício abrigou o Automóvel Clube que durante a década de 90 ainda assumiu a função de posto do Detran-RJ. Seu uso permaneceu inalterado até 1996, quando, por motivos financeiros, o imóvel foi aluado para a instalação do Bingo Imperial. Após muitos protestos por parte da população, o imóvel e seu grande patrimônio móvel foi leiloado e arrematado pelo município que se encarregou da desativação do estabelecimento no ano de 2003. Durante esse mesmo ano o imóvel foi novamente ocupado pelo Automóvel Clube do Brasil. No ano seguinte o edifício é esvaziado e desde então se encontra fechado.

(Pesquisa e Texto de ARTUR RODRIGUES)

 

Fachada frontal

Após sofrer diversas reformas ao longo dos anos, conserva intacto o frontão da fachada principal e os luxuosos salões de festas, adornados com elementos artísticos em estuque, recebendo, em 2006, recursos municipais para obras emergenciais de restauração dos telhados, reforços estruturais e escoramentos, devido ao estado avançado de degradação em que se encontrava.

 

 

 

 

 

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