CONVENTO DE SANTA TERESA
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Restauro da igreja
Patrocinada pela Obra Social da Cidade do Rio de Janeiro, inaugurou-se em dezembro de 2007, a primeira etapa de obras de restauração do Convento de Santa Teresa, localizado à Ladeira de Santa Teresa nº 52, no bairro de Santa Teresa. A restauração, coordenada pela equipe técnica da Secretaria do Patrimônio Cultural da Prefeitura (SEDREPAHC), abrageu as fachadas frontais do convento, da torre sineira e da Igreja, todo interior da antiga igreja e sacristia e ainda o pátio frontal com seus acessos, jardins, iluminação e portões de ferro fundido, até alcançar a Ladeira de Santa Teresa, em 5 meses de obras, iniciadas em junho de 2007.

 

 

Detalhe da torre sineira
Restauro da torre

Ação educativa. A primeira etapa das obras promoveu em outubro de 2007, um evento educativo, na igreja do Convento, composto por missa de ação de graças com o canto das carmelitas descalças e um seminário sobre a história, arqueologia e os trabalhos de restauração, direcionado a professores da rede pública de ensino e profissionais da área do restauro. Após o seminário, foram realizadas visitas guiadas às obras de restauração e às escavações arqueológicas.

Após a conclusão das obras de restauração, o convento e seu templo poderão ser apreciados pela população carioca aos domingos pela manhã, quando se professa a missa dominical enriquecida com o canto das religiosas devotas de Santa Teresa, reclusas por detrás das grades na lateral da capela-mor.

Ação educativa - visita ao canteiro de obras
Arqueologia no pátio

Portal do conventoORIGENS DO CONVENTO DE SANTA TERESA. No começo do século XVII foi construída por Antônio Gomes do Desterro, no Morro de Santa Teresa, uma ermida consagrada à Sagrada Família. Esta, sob invocação a Nossa Senhora do Desterro, era muito freqüentada por romeiros e devotos e nela eram celebradas cerimônias do culto com regularidade. Assim formou-se o Caminho do Desterro, depois chamado Rua dos Barbonos e, a partir de 1870, Rua Evaristo da Veiga, na Lapa, centro do Rio de Janeiro.

No tempo em que ainda permaneciam os capuchinhos na ermida do Morro do Desterro, havia no Rio de Janeiro uma moça de destacada família, Jacinta Rodrigues Aires, de acentuado espírito religioso e filha de João Batista Aires e D. Maria de Lemos Pereira. Em sua devoção, que incluíam visões e chamados de vozes que lhe determinavam uma missão a cumprir, subia ao Morro do Desterro para assistir aos atos religiosos celebrados pelos capuchos. No trajeto que percorria, chamou-lhe a atenção, o terreno semi-abandonado da Chácara da Bica, no Caminho de Mata-Cavalos (atual Rua Riachuelo). A tranqüilidade do local inspirou-lhe o desejo de ali construir um recolhimento consagrado à vida religiosa. Com a ajuda de seu tio, Capitão-Mor Manuel Pereira Ramos, tornou-se Jacinta Aires proprietária da velha chácara. Jacinta e sua irmã Francisca mudaram-se para lá, decididas a seguir a vida religiosa e adotaram nomes claustrais: Jacinta de São José e Francisca de Jesus Maria.

Entusiasmado com a sua devoção, Gomes Freire de Andrade, o Conde de Bobadela, confiou a Jacinta a aspiração que ela tanto nutria: a construção de um convento de carmelitas sob a regra de Santa Teresa de Jesus: a Ordem das Teresias ou das Carmelitas Descalças, da qual estavam sendo as fundadoras no Brasil. O local escolhido foi justamente, a Ermida do Desterro e o autor do projeto foi o Brigadeiro José Fernandes Alpoim ( 1700 - 1765 ) um dos principais nomes da arquitetura do século XVIII no Brasil colonial, como o Aqueduto da Carioca, a Casa dos Governadores, atual Paço Imperial e o claustro do Mosteriro de São Bento, todos no Rio de Janeiro .

Em 24 de junho de 1750, em grande solenidade, foi lançada a pedra fundamental da igreja e convento "debaixo da invocação e Título de Nossa Senhora do Desterro, para religiosas que hão de professar a regra de Santa Teresa", por Provisão do Bispo, de 15 de junho do mesmo ano.

Conforme Monsenhor Pizarro, tendo sido reedificada a Igreja do Desterro e fundado o novo convento anexo, o Bispo concedeu a Gomes Freire de Andrade, o direito e privilégio de padroeiro, cujas prerrogativas incluíam incensar em honra de purificações nas festividades e atos públicos e, uma cadeira no arco da capela mor, onde lhe foi destinada uma sepultura, em cuja campa ficaram gravadas as armas de sua casa.

O Bispo D. Frei Antônio do Desterro, embora vendo com bons olhos a devoção das religiosas e o estabelecimento de mais um convento em sua diocese, não aprovava o exagero místico de Jacinta de São José e as regras demasiado severas de Santa Teresa, sendo estas ordenadas a professar, no novo convento, as regras de Santa Clara. Somente após a morte de D. Antônio do Desterro (1774) e sob ordem de D. Maria I, em 1777, realizou-se a profissão das monjas (em 1781), que se recolheram ao claustro do Convento que colocou sob a proteção de Santa Teresa, o morro e o bairro.

Sobre o Convento, Monsenhor Pizarro, em sua obra Memórias Históricas do Rio de Janeiro (ed.1825), assim o descreve: "O local do convento é mui agradavel por se desfrutarem dali as vistas do mar, desde a barra até o interior da enseada e da terra, pelo centro da cidade e suas circunvizinhanças. O edifício, fabricado com prospecto regular, e majestoso, contem acomodações mui suficientes, e dentro dos seus muros um terreno sofrível, que as próprias habitantes fazem cultivar para seu recreio".

No Brasil Pitoresco ( ed. 1859), Charles Ribeyrolles, grande amigo de Vítor Hugo, achando encantador o sítio onde o construíram, escreve: " Castelo senhorial, que vale bem o castelo da Alma, ao qual se chega pelo caminho da perfeição ".

A 2ª etapa de obras está sendo licitada pela Prefeitura, compreendendo a restauração de parte do interior e exterior do Convento, prevendo a recuperação de toda a cobertura do complexo, descupinização, recuperação estrutural dos trechos com barroteamento comprometido, recuperação da fachada lateral direita, voltada para a Ladeira de Santa Teresa, construção de novos banheiros para público, dentre os serviços descritos abaixo, com início previsto para o 2º semestre de 2008.

Jardim do Claustro
Claustro do convento

Área Interna (1°e 2° Pavimentos)

  • Revisão das instalações elétricas, lógica e hidrossanitárias das áreas de intervenção;
  • Execução de pintura e recuperação dos revestimentos das áreas de intervenção;
  • Recuperação dos pisos e tetos de madeira das áreas de intervenção;
  • Descupinização.

Fachadas e Prismas

  • Recuperação da fachada externa lateral direita (Ladeira de Santa Teresa), englobando os seguintes serviços: execução de caiação e recuperação dos revestimentos e artefatos;
  • Substituição de tubulações aparentes de águas pluviais, atualmente em PVC, por tubulação de cobre, da fachada externa lateral direita;
  • Execução do novo sistema de Pára-raios;
Instalação embutida das tubulações de água e dutos elétricos aparentes na fachada lateral direita;

Fachada frontal

Cobertura

  • Recuperação dos telhados e sua estrutura em madeira;
  • Colocação de manta “Durafoil” e substituição das telhas e cumeeiras no telhado da Capela;
  • Substituição das telhas de fibrocimento no telhado, em uma água, próximo ao prisma de ventilação da cozinha, por telhas coloniais;
  • Execução de impermeabilização na laje da sala de máquinas da lavanderia, atentando para um caimento adequado para águas pluviais;
  • Revisão das calhas de cobre existentes;
  • Execução de passadiços em concreto;
  • Execução de rufos em concreto junto ao frontão da fachada principal (igreja);
  • Descupinização.

Demolições e Novas construção

  • Demolição do anexo com banheiros, construídos no acesso ao Convento, conforme orientação do IPHAN;
  • Construção de novos banheiros de público no acesso ao Convento, inclusive execução de novas instalações elétricas e hidro-sanitárias

 

 

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