PONTE DOS JESUÍTAS - SANTA CRUZ
••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••


Vista lateral da ponte
Histórico.
Remanescente das raras obras de proveito coletivo do Brasil Colônia, a Ponte do Guandu, hoje mais conhecida como “Ponte dos Jesuítas”, foi construída em 1752 e está situada na Estrada do Curtume, ao lado da “Ponte Lindolfo Color”.

Esta obra dos padres jesuítas foi executada em cantaria e alvenaria constituída da cal de ostreiras e areia fina. Originalmente em cantaria, as oito colunas retangulares compõem os guarda-corpos da ponte, com seus capitéis e remates em forma de pinha. O piso deste belo monumento é calçado com sólidas lajes de variadas proporções. Sua base apresenta uma estrutura de arcos de raios desiguais revestidos internamente com pedra. Há também um pequeno bloco em mármore lioz com inscrições em latim alusivo a inauguração da ponte, incrustado no frontão de granito localizado em um dos guarda-corpos.

Vista geral da ponte em restauração
Detalhe do medalhão

Destinava-se, além da travessia do interior para a capital, regular o volume das águas das enchentes do rio Guandu e desviar parte das águas para o rio Itaguaí por um canal artificial. Através de comportas de madeira projetadas na sua extensão comboiava as águas decorrentes de inundações que prejudicavam a agricultura, matavam os rebanhos e destruíam as moradias da região.

Com a canalização do rio Guandu, o conjunto arquitetônico da “Ponte dos Jesuítas” está destituído de sua função original, mas constitui um dos mais belos e raros monumentos da arquitetura jesuítica do Rio de Janeiro, sendo consagrada por sua importância histórica e arquitetônica em 1938, quando criado pelo Governo Federal, a Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, hoje IPHAN, inclui a ponte entre os cinco primeiros bens tombados no Brasil.

Vista dos pináculos
Base em alvenaria de pedra

Obras de Restauração:

A Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, através da Secretaria de Patrimônio Cultural, atual Subsecretaria de Patrimônio Cultural, Intervenção Urbana, Arquitetura e Design (SUBPC) da Secretaria Municipal de Cultura, realizou obras de restauração da  Ponte dos Jesuítas.

As obras visaram a conservação e a valorização do importante conjunto monumental de alvenaria de argamassa de pedra e cal e tijolos cerâmicos construída pelos Jesuítas em 1752.

Os serviços de conservação e restauro foram iniciados em agosto de 2007, com fiscalização da RIOurbe e orientação dos órgãos de tutela do patrimônio cultural federal (IPHAN)  e municipal (SUBPC).

Foram realizados os seguintes serviços:

  • Levantamento fotográfico e diagnóstico do estado de conservação do monumento;
  • Processo de espatulamento e lixamento do revestimento para retirada das argamassas incompatíveis e recuperação conforme substrato original;
  • Consolidação e recuperação das alvenarias, inclusive pintura;
  • Recomposições das colunas e demais ornatos faltantes;
  • Recuperação do brasão em cantaria e execução de molde de silicone;
  • Reposição de duas colunas originais em cantaria;
  • Limpeza geral dos elementos em cantaria;
  • Limpeza da pavimentação em pé-de-moleque;
  • Realização de pesquisa arqueológica no entorno imediato e sob a ponte;
  • Implantação de infra-estrutura básica de esgoto e drenagem.

As obras restituíram a unidade potencial da obra de arte, com a relocação das duas colunas em cantaria e recuperado seus elementos construtivos,  garantindo permanência na  paisagem local.

A pesquisa arqueológica evidenciou o leito rochoso original do rio Guandu e a base em cantaria executada pelos Jesuítas, que serviam como os alicerces da comporta de controle do nível d´água do rio.

O material retirado nas escavações é formado basicamente por areola e brita e os achados arqueológicos consistem basicamente em fragmentos de telhas e de tijolos maciços e alguns vestígios de artefatos cerâmicos.

A Subsecretaria de Patrimônio Cultural e o Instituto Pereira Passos elaboraram projeto básico para recuperação do entorno da Ponte dos Jesuítas com implantação do Parque dos Jesuítas, que contempla a continuação das pesquisas arqueológicas, tratamento paisagístico, implantação de mirantes e do “Museu dos Jesuítas”, iluminação monumental e instalação de sinalização turística e informativa.


           

Detalhe do interior após escavação arqueológica
Detalhe das escavações na base da ponte

 

••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••