Como
podemos nos proteger contra a dengue? As crianças precisam
de cuidados diferenciados?
Passar repelente indicado para a faixa etária. Usar
roupas mais fechadas se possível meias, sapatos fechados
e calças compridas. Quem puder pode instalar telas
nas janelas. As pessoas podem improvisar telas usando microfiló,
presos com tachinhas.
Quanto
tempo depois de ser picado pelo mosquito aparecem os sintomas
da doença?
De 3 a 15 dias, em média 5 a 7 dias.
Já
existe alguma vacina?
Não existe ainda nenhuma vacina contra o dengue disponível
em nenhum País. Atenção NÃO
se recomenda a vacinação contra a FEBRE
AMARELA para a prevenção do dengue,
o que pode aumentar o risco de complicações
pela vacina. Em caso de pessoas doentes com dengue é
CONTRA-INDICADO o uso de qualquer vacina
por um período de pelo menos 30 dias.
Existe alguma etapa da doença que devemos ter mais
atenção para evitar alguma complicação?
As formas graves podem aparecer em torno do 3º ou 4º
dia da doença quando geralmente a febre diminui. Atenção
ao aparecimento de sangramento, tontura ao sentar ou levantar,
dor abdominal e vômito. Neste caso procurar imediatamente
um serviço de emergência.
Por que tantas crianças estão morrendo por dengue?
A dengue está mais perigosa?
São crianças que nunca tinham tido contato com
o vírus 2, pois nasceram depois de 2002 quando houve
uma grande epidemia pelo dengue 3. Estas crianças fizeram
infecção pelo dengue 3 com quadro clínico
leve e ao fazerem uma segunda infecção, no caso
o dengue 2, apresentam tendência a fazer quadros graves.
Tomar complexo B, comer inhame ou usar hidratante corporal
funcionam como repelente para o mosquito da dengue?
Não existem comprovações científicas
sobre a eficácia destes produtos.
Os reservatórios de água podem ser tratados
com água sanitária, cloro e/ou creolina? Em
que proporção para ser eficaz?
Sim, mas apenas se não se destinarem a consumo humano
ou animal. Podem ser utilizados semanalmente em canaletas,
ralos, calhas e etc. onde haja acúmulo de água.
O interessante seria eliminar o empoçamento realizando
a desobstrução desses locais. Piscinas tratadas
com cloro, conforme indicação do fabricante,
não são criadouros de mosquitos. Não
temos estudos que indiquem a proporção a utilizar,
salvo para a rega das plantas: uma colher de chá de
água sanitária para um litro d'água.
No caso de bromélias, por exemplo, a solução
mataria as larvas porventura existentes no reservatório
d'água da planta, mas não causaria mal ao vegetal.
Não estamos indicando a utilização da
creolina e do óleo queimado por serem insumos que contaminam
(ou podem contaminar) o ambiente.
Com qual freqüência posso usar repelentes corporais
e inseticidas?
Quanto aos repelentes, há uns mais fortes do que os
outros, mas temos a informação que perdem sua
efetividade após 4-5 horas de utilização.
Devem ser utilizados, salvo melhor juízo, conforme
preconizado por profissional da área médica
e, ao menos sintoma de alergia, sua utilização
deve ser imediatamente interrompida.
Quanto aos inseticidas, há que se observar que agridem
o ambiente e, também, podem acarretar problemas ao
ser humano.
Para eliminar o mosquito da Dengue, a medida mais eficaz,
viável, econômica e ecologicamente correta é
eliminar os criadouros, estimulando na população
o hábito de inspecionar suas casas, ambiente de trabalho,
áreas comuns de condomínios, etc. visando eliminar
o inseto em tela em suas formas imaturas (larvas e pupas),
no ambiente aquático. Todo depósito que possua
ou que possa vir a possuir água, principalmente em
local sombreado, pode se tornar um criadouro do Aedes
aegypti. Não podemos dar asa ao mosquito, literalmente.
Que medidas estão sendo adotadas pelo poder público
para acabar com o surto de dengue?
Várias. No que diz respeito ao controle do Aedes
aegypti, os Agentes de Saúde da SMS/Prefeitura
do Rio atuam, fundamentalmente, realizando visitas domiciliares
e atuando em locais denominados Pontos Estratégicos,
estes representados por cemitérios, borracharias e
ferros-velhos. A SMS/Prefeitura do Rio iniciou estratégia
diferenciada – Estratégia Lupa – que visa
identificar quarteirões mais infestados por Aedes
aegypti. Após essa identificação,
os profissionais trabalham na perspectiva de encontrar a causa
para essa alta infestação, notadamente descobrindo
e destruindo macrofocos de Aedes aegypti (locais
que geram grande quantidade de mosquitos em curto espaço
de tempo). Caso o Agente de Saúde não possa
eliminar o macrofoco sozinho, solicita-se apoio de outros
setores, da Prefeitura ou não.
É a questão da intersetorialidade sendo explorada
em prol da Saúde Pública, já que a Saúde
é apenas um dos responsáveis pelo controle da
Dengue. A criação do Grupo de Trabalho Contra
a Dengue (Decreto nº 29056, de 05MAR08), coordenado pela
Coordenação do Sistema de Defesa Civil Municipal,
foi um grande avanço nesse sentido.
Em
casos de notificação da doença, os Agentes
de Saúde são mobilizados para realizarem Ações
de Bloqueio, atuando na residência da pessoa doente
(e na sua escola e/ou local de trabalho) também no
sentido de identificar e eliminar possíveis criadouros
do Aedes aegypti, detendo com isso o avanço
da Dengue na área.
Outra
das diversas atividades do Agente de Saúde é
a participação efetiva na formação
das chamadas “Brigadas Anti-Dengue”, em instituições
e empresas diversas, onde profissionais são sensibilizados
para a problemática que envolve a Dengue e treinados
para destruir criadouros, seja eliminando-os fisicamente,
seja utilizando insumos alternativos semanalmente, quais sejam:
água sanitária, desinfetante biodegradável,
sal grosso, etc.
É
importante ressaltar que, na atualidade, o Agente de Saúde
é muito mais do que um mero colocador de larvicida
no interior das casas. Ele é um educador em Saúde,
levando informação e prevenção
aos lares cariocas.
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