
O
Centro Municipal Luiz Gonzaga de Tradições
Nordestinas completa cinco anos ostentando o título
de espaço de cultura popular com maior freqüência
de público em toda a América Latina.
De janeiro a abril deste ano, mais de um milhão
de pessoas passaram pelas roletas do Gonzagão.
Assim se chama hoje o pavilhão que, sendo uma
referência da moderna arquitetura brasileira,
foi restaurado pela Prefeitura e desde 2003 abriga
a Feira de São Cristóvão, tradicional
ponto de encontro dos nordestinos no Rio.
Um
milhão de visitantes é número
ainda mais expressivo, já que se refere apenas
aos dias da Feira: sexta, sábado e domingo.
Mas o Centro Luiz Gonzaga permanece aberto também
de terça a quinta, no horário de almoço.
Ou seja, a contagem das roletas não inclui
as pessoas que vão ao local para saborear pratos
da culinária nordestina no meio da semana,
quando a entrada é gratuita.

Os
meses de verão são os de menor freqüência,
em virtude da saudável concorrência da
praia, primeira opção de lazer dos cariocas.
Já no inverno, a média de público
praticamente dobra de 200 mil para quase 400 mil pessoas
por mês. O ápice ocorre em setembro,
mês de aniversário da Feira.
Para
o presidente da Associação de Feirantes,
Paulo Porreta, o fenômeno de público
deve-se à cultura nordestina, com sua riqueza
de música e gastronomia. “São
comidas típicas e bandas de forró tocando
sem parar em dois palcos. É uma coisa apaixonante.
Quem conhece a Feira sempre volta, e quem não
conhece acaba vindo, nem que seja só por curiosidade”,
diz Porreta, que se define como “um carioca
de coração nordestino”.
O
presidente da Associação ressalta também
a importância da infra-estrutura que o espaço
oferece: “Assim que a pessoa entra, já
se sente segura, porque todo mundo passa por detectores
de metal. E temos também estacionamento fechado,
sinalização, banheiros”.
Segundo
Porreta, no fim de semana de 9 a 11 de maio deste
ano nada menos que 77 mil pessoas passaram pelas roletas
do Gonzagão. Numa homenagem ao Dia das Mães,
houve a encenação da peça A Força
da Mulher Guerreira, com entrada a R$ 1. “Em
quantidade de público, somos maiores que o
Corcovado e o Pão de Açúcar”,
comemora.
No
último fim de semana aconteceu o show da banda
de axé Batida Baiana e a gravação
do DVD da revelação do forró,
Sabor de Menina. É a prova de que a diversidade
da programação, em vez de afastar a
Feira das suas raízes, contribui para torná-la
ainda mais popular.
Para
comemorar o quinto aniversário da transferência
para o Gonzagão, haverá uma programação
especial. Estão previstos shows circenses,
a formação de uma banda de forró
mirim e um concurso para a criação da
bandeira da Feira, que deverá simbolizar o
elo entre a cultura nordestina e o município
do Rio.
A
Prefeitura também participará da comemoração
através da Secretaria Especial de Desenvolvimento
Econômico, Ciência e Tecnologia. Já
está confirmada a exposição do
Grupo Girassol de Arte Naïf, formado por artistas
cearenses. Com lançamento previsto para 14
de junho, a mostra se estenderá por 40 dias,
constituindo-se no primeiro grande evento de artes
plásticas da Feira de São Cristóvão.
Movimento de público nos fins de semana






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