Guarda Municipal





Há quase 13 anos atuando no patrulhamento de praças, parques e espaços públicos da cidade, o Grupamento de Cães da Guarda Municipal do Rio de Janeiro (GCG-GM-Rio) é referência no treinamento e adestramento de cães. O órgão tem o segundo maior canil do Estado do Rio de Janeiro, com 42 animais, seguido apenas da Companhia de Cães da Polícia Militar. Além da atividade rotineira de patrulhamento em duplas de cão e guarda, o GCG investe em outras frentes: a cinoterapia e o farejamento, para busca de vítimas de deslizamentos e desabamentos em apoio à Defesa Civil Municipal, e o showdog.

Criado em 24 de março de 1994 para auxiliar no patrulhamento de ruas, monumentos e prédios públicos, GCG começou com 17 guardas municipais trabalhando com apenas seis pastores alemães sem pedigree. Hoje, são 72 guardas municipais e 42 animais com pedigree (sendo 34 pastores alemães, cinco labradores, dois pastores belga de mallinois e um terrier brasileiro). Para o deslocamento do efetivo e dos cães, o grupamento conta com três viaturas e uma motocicleta, além de oito rádios para comunicação.

Todos os integrantes foram capacitados pelo Curso de Condutores de Cães da GM-Rio, com aulas práticas e teóricas como: Noções Básicas de Veterinária, Cinofilia, Noções de Adestramento, Emprego Tático, Psicologia, Cinotecnia, Segurança do Trabalho e Legislação. Nove guardas concluíram ainda cursos de adestramento na Polícia Militar e na Polícia do Exército. A experiência, que já rendeu até troféus em concursos de adestramento, é reconhecida por outras forças de segurança. A Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), da Polícia Civil, passou semanas no GCG para conhecer e aperfeiçoar técnicas que permitiram a implantação de seu programa de cães de faro.

O Canil da GM-Rio funciona na sede do próprio grupamento, à Rua Bartolomeu de Gusmão, 1.100, em São Cristóvão. Cada animal é acomodado em um dos 48 boxes e recebe alimentação equilibrada duas vezes por dia. Para manter a “tropa” bem nutrida, são necessários 140 quilos de ração durante a semana e muita água. E, mesmo quando sai para o patrulhamento, o guarda municipal utiliza um cantil para armazenar água para o cão. O vasilhame funciona como um bebedouro portátil (de nylon), dobrável, que pode ser guardado no bolso dos agentes.

O GCG mantém um setor de veterinária, onde trabalham três veterinários e dez guardas municipais, estes com formação em auxiliar de veterinária, para realizar atendimento médico, promover ações preventiva e profilática dos cães. São eles quem cuidam, também, da nutrição dos animais e da higiene sanitária do canil. Como os veterinários conhecem o comportamento dos cães, auxiliam no relacionamento dos guardas-condutores com os animais.

A rotina - A rotina dos animais começa cedo. Ao chegar à base do grupamento, por volta das 7h, o guarda pega seu cão no boxe e segue para a aula de instrução ministrada pelo inspetor na Quinta da Boa Vista ou, dependendo das condições meteorológicas, no campo de treinamento do próprio canil. Participam dessa rotina, em média, 16 guardas e 16 cães. Cada animal recebe o adestramento adequado para o tipo de atividade que desempenha, sempre aperfeiçoando as técnicas aprendidas. Terminada a instrução, os cães tomam banho (a cada 15 dias) ou são apenas escovados, e ficam prontos para cumprir a jornada de trabalho, que é de seis horas. Se o animal aparentar algum problema de saúde, ele é levado ao setor de veterinária para ser avaliado.

Frentes do Grupamento de Cães da Guarda

Patrulhamento - Distribuídos em duplas, 12 guardas atuam no patrulhamento dos seguintes pontos: Centro Administrativo São Sebastião (sede administrativa da Prefeitura do Rio), Aterro do Flamengo (MAM), Praça Senador Salgado Filho (entorno do Aeroporto Santos Dumont), Parque Tom Jobim (Lagoa), Jardim de Alah (Lagoa) e Quinta da Boa Vista. A jornada dos cães é de seis horas diárias, envolvendo um total de 12 animais por dia.


Cinoterapia - Iniciado em fevereiro de 2006, o Projeto de Cinoterapia da GM-Rio utiliza cães para facilitar o tratamento de idosos que sofrem de distúrbios afetivos, físicos e motores. A cada duas semanas, uma equipe de oito guardas municipais, cinco cães (quatro pastores alemães e um labrador), três psicólogos e um veterinário visitam o Abrigo Cristo Redentor para promover atividades recreativas com idosos residentes na instituição. O objetivo é melhorar a auto-estima e o estado geral de saúde do interno, estimulando a interação social.

Defesa Civil - O GCG treinou cinco labradores para auxiliar a Defesa Civil Municipal em ações especiais, como resgate de pessoas perdidas em matas e em buscas de vítimas de deslizamentos e desabamentos. Com faro apurado, os labradores foram treinados a partir de estratégias como brincadeiras tipo esconde-esconde, com um recipiente com odores de sangue, suor e tecidos humanos. O material é enterrado para que, estimulados pelos guardas, os cães tentem localizá-lo. Adquiridos em 2003, esses animais participaram de alguns resgates, como em 7 de julho de 2005, quando o cão Hunter resgatou o corpo de uma menina de 7 anos, encontrado soterrado sob os escombros de um incêndio provocado pela explosão de um botijão de gás na Favela do Jacarezinho. Além desse caso, os labradores participaram de outras cinco situações de busca por solicitações da Polícia Civil, no Rio e em outras cidades, como São Gonçalo e Arraial do Cabo.

Showdog - Criada em 2001, a equipe de Showdog tem cinco pastores alemães (Anny, Elvis, Ernesto, Tarik e Xuxa) e um terrier brasileiro (Valentim) que se exibem em praças, parques e outros pontos públicos, mostrando truques e brincadeiras utilizados no treinamento dos cães. A equipe de showdog e os cães labradores têm uma rotina bem diferente porque não fazem patrulhamento, apenas treinamento para aprimorar as técnicas de faro e adestramento. Com atividades recreativas conduzidas pelos guardas adestradores, o programa busca integrar ainda mais as comunidades com a GM-Rio e já foi apresentado em alguns bairros da cidade, como Tijuca, Méier e Barra da Tijuca. O showdog conta com atividades de obediência, como os comandos de sentar, deitar, rolar, ficar de pé e fingir de morto e até a busca de objetos por farejamento.


Texto
Maria Beatriz Fafiães (GM-Rio) e Denise Rodrigues (SECS)
Fotos
Danielle Cezar e Zulmair Rocha

 



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