RioZôo

Para facilitar a adaptação dos seus habitantes
às mudanças do verão, quando nosso hemisfério
está mais próximo do Sol, elevando as temperaturas,
tornando os dias mais longos e as noites mais curtas, a Fundação
RioZôo organiza um cardápio especial para seus
cerca de dois mil animais e 300 espécies. Cada um deles
tem uma dieta específica; mesmo entre aqueles da mesma
espécie há dietas diferenciadas de acordo com
a idade e estágio de reprodução. O objetivo
é, sobretudo, manter a temperatura corporal, repondo,
com alimentação adequada, a perda de água
e sais, para evitar a desidratação.

Segundo Victor Hugo Mesquita, médico-veterinário
e diretor-técnico da Fundação RioZôo,
independentemente da estação, “a população
do zoológico consome por dia aproximadamente dois mil
quilos de alimentos, o equivalente a 60 toneladas por mês
ou 720 por ano”. A despesa é grande. Entre outros
animais, um elefante chega a consumir 150kg de alimentos por
dia, um hipopótamo 50kg, um urso 30kg, um chimpanzé
20kg, uma anta 15kg, um tigre 12kg, uma capivara 7kg, a lontra
e o lobo-marinho 4kg, o pingüim 3kg, a tartaruga-marinha
2,5kg e a tartaruga–de-água doce 2kg. No verão
os alimentos energéticos do inverno são substituídos
por refeições mais leves e naturais. É
nessa estação que as frutas com maior potencial
hídrico são priorizadas, assim como os alimentos
verdes, que podem ser tanto forrageiros (capim, feno), como
legumes e verduras da época.
E,
para refrescá-los, alguns animas possuem tanques, que
são sempre mantidos limpos, para que eles sejam estimulados
ao banho, como no caso dos ursos-de-óculos, urso-pardo,
tigre de bengala, antas, capivaras, além dos animais
aquáticos, como hipopótamos, lobos-marinhos
e lontras. Alguns desses têm a água constantemente
reciclada (refiltrada e recolocada no ambiente), para diminuir
o consumo e assegurar a boa qualidade. Os pingüins, tartarugas-marinhas
e lobos-marinhos contam, ainda, com água salinizada
para se aproximar o máximo possível das condições
naturais da espécie. Para tornar o ambiente mais próximo
do seu habitat, pingüins possuem até recinto especial
com ar-condicionado, no qual podem entrar sempre que querem;
enquanto os outros dois dispõem de um sistema de climatização
por aspersão de água, apelidado de “cuca
fresca” dos animais. Segundo Victor Hugo, há
um projeto da RioZôo de expandir essa climatização
para vários outros recintos como os felinos, ursos,
chimpanzés, orangotangos, micos e aves marinhas.

Todos os animais, independentemente da origem, têm
um recinto interno sombreado e com água abundante
para beber. Vários têm cachoeira, para
quebrar a sensação térmica, como
araras, onças-pintadas e lobos-marinhos. Nessa
época, os banhos são aumentados.
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Alguns animais como elefantes e chimpanzés tomam
banhos diários de mangueira ou baldes, dados
por tratadores treinados, sendo que a elefanta Koala,
toma banhos de duas a três vezes por semana. Ela
mergulha espontaneamente no seu tanque para se banhar
e se refrescar. |
Além de sombra e água fresca, brinquedinhos
para distrair os animais. Para diverti-los, a RioZôo
desenvolve, ainda, um programa de enriquecimento ambiental.
Conforme Victor Hugo, “o objetivo é aumentar
o bem-estar dos animais, proporcionando atividades afins com
seu habitat natural”. Por exemplo, em vez de colocar
carnes, peixes ou frutas diretamente na alimentação,
muitas vezes, os técnicos fazem um grande sorvete com
blocos de gelo, recheados com peixes, que são jogados
no tanque dos ursos, para que eles possam descobri-los aos
poucos, como numa caçada. As onças também
fazem suas caçadas particulares, encontrando os pedaços
de carne escondidos dentro das jaulas. A alimentação
dos chimpanzés é camuflada em troncos, simulando
a busca desses nutrientes na natureza. E, para aguçar
a curiosidade dos símios, os técnicos lhes presenteiam
ainda com garrafinhas com suco de laranja em garrafa e potes
de iogurte, que devem ser destampados. Animais como as araras
recebem outros brinquedos como cordas, poleiros, enquanto
o condor-dos-andes recebe uma bola com orifícios preenchidos
com carnes. Para cada animal, um brinquedinho apropriado e
uma alimentação apetitosa e nutritiva, cuidados
especiais para que eles possam gozar de boa saúde e
conforto, enquanto recebem a visita do público, que
pode desfrutar da beleza da diversidade da fauna.
Texto: |
Denise
Rodrigues (SECS) |
Fotos: |
Esther
Nazareth (RioZôo) e Alberto Jacob (SECS) |
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