Cultura

 
No mês de setembro, duas comemorações animam o Centro Municipal Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas: os quatro anos da inauguração e os 62 da tradicional Feira dos Nordestinos, que desde 2003 funciona em seu interior.

Na quinta-feira (20), dia do aniversário da inauguração, a festa, com entrada gratuita, começa às 10h, com show de violeiros, e só termina de madrugada, com a apresentação da banda Pink. Durante todo o dia, trios de forró pé-de-serra, grupos de bumba-meu-boi, embolada de coco, poetas e cordelistas vão alternar-se nos dois palcos principais e na Praça dos Repentistas
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Há quatro anos, esse pedaço do Nordeste, encravado no histórico Bairro Imperial de São Cristóvão, é visitado por milhares de turistas, cariocas e nordestinos moradores do Rio.

Todos buscam ali a riqueza da cultura da região: culinária, música, artesanato, roupas, dança, ingredientes para preparar um bom prato típico, doces e cachaças artesanais, poesia, repente e literatura de cordel.

Reformado pela Prefeitura em 2003, o antigo Pavilhão de São Cristóvão, marco da arquitetura moderna brasileira projetado por Sergio Bernardes, recebeu a infra-estrutura necessária para abrigar cerca de 700 barracas, com estrutura metálica e cobertura de lona, que constituíram a nova Feira dos Nordestinos. Antes, os feirantes vendiam seus produtos na rua, ao redor do Campo de São Cristóvão.

As obras realizadas há quatro anos incluíram, ainda, a revitalização do entorno do Pavilhão, transformado em Centro Municipal Luiz Gonzaga e Tradições Nordestinas.
O objetivo foi preservar um espaço tradicional que atraía muitos freqüentadores, mas funcionava precariamente, e dignificar a atividade dos feirantes. Hoje, eles trabalham em local limpo e organizado, com água, esgoto e iluminação. A partir das obras, centenas de empregos foram gerados.  


O Centro Luiz Gonzaga oferece ao visitante conforto, higiene e segurança, com banheiros públicos, detectores de metal na entrada, área de estacionamento, pistas de dança e palcos para shows.

Mais de 150 restaurantes de pequeno, médio e grande porte servem os apreciados pratos nordestinos.

Nas lojas, encontra-se de artesanato a ingredientes da culinária regional.

Incorporada ao roteiro turístico da cidade, a Feira dos Nordestinos recebeu, de janeiro a agosto deste ano, cerca de 1,8 milhão de pessoas.
As ruas internas foram batizadas com os nomes dos nove estados nordestinos (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe).

Já as praças e os palcos prestam homenagem a nordestinos famosos: João do Vale, Jackson do Pandeiro, Catolé do Rocha, Padre Cícero, Frei Damião, Mestre Vitalino, Câmara Cascudo e Pinto Monteiro.

Na entrada principal, a estátua em tamanho natural do pernambucano Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, dá  boas-vindas aos visitantes.

A construção da Rodovia Rio-Bahia, na década de 1940, e a expansão do mercado de trabalho na construção civil foram responsáveis pelo aumento da migração de nordestinos para o Rio de Janeiro. Eles viajavam nas carrocerias de caminhões, chamados paus-de-arara, que faziam ponto final no Campo de São Cristóvão.

A chegada dos conterrâneos era aguardada ansiosamente por parentes e amigos, que buscavam notícias dos que ficaram e trocavam correspondência.
O som da sanfona, da viola e do violão, e as comidas típicas nordestinas, animavam a espera. 

As versões sobre o início das atividades da Feira dos Nordestinos variam, segundo os relatos populares. Uma delas refere-se ao cordelista Raimundo Santa Helena, que em 1945, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, recitou seu cordel Fim da Guerra para ex-combatentes da Força Expedicionária Brasileira (FEB) reunidos no Campo de São Cristóvão.

No início, as barracas eram montadas somente aos domingos, como é costume no Nordeste. Mais tarde, a feira passou a funcionar do meio-dia de sábado até a tarde de domingo, no entorno do Campo de São Cristóvão.


Com a transferência para o interior do Pavilhão de São Cristóvão, em 2003, teve início a fase atual da Feira dos Nordestinos, que se tornou uma das atrações turísticas do Rio.

De terça a quinta-feira, os restaurantes abrem para almoço. A partir de 10h de sexta-feira até 22h de domingo, o funcionamento é ininterrupto.

O acesso do público só é permitido até 20h de domingo.

No fim de semana, trios e bandas de forró se apresentam nos dois palcos principais - João do Vale e Jackson do Pandeiro. Também há shows de repentistas e cordelistas, na Praça Catolé da Rocha, conhecida como dos Repentistas.

A partir das 18h de sexta-feira, é cobrado ingresso de R$ 1,00, valor que é descontado nas despesas a partir de R$ 15, feitas nas lojas do Centro Municipal Luiz Gonzaga.



Dia 20/9, quinta-feira
Praça dos Repentistas
10h - Violeiros, trios de forró pé-de-serra, repentistas, embolada de  coco; poetas da Academia Brasileira de Cordel; Mestre Azulão  recitará seu cordel que conta a história da Feira.
12h - Cia. Mara Brasil -Bumba-meu-boi, folclore maranhense
13h - violeiros
16h - Cia. Mara Brasil - Cacuria, dança típica maranhense
17h - Missa; bolo de aniversário
18h - Violeiros
Palco Jackson do Pandeiro
20h30 - Trios de forró
21h - Apresentação da dupla Fabrício & Fabian
Palco João do Vale
20h30 - Violeiros
23h30 -Apresentação da Banda Pink
Dia 28/9, sexta-feira
23h30 - Apresentação dos artistas Caju e Castanha e Banda Buzão do Forró.
Endereço: Campo de São Cristóvão, s/nº  
   
Texto: Grace Dantas (Sedect)
Fotos: Alberto Jacob e Jaime Silva (SECS)

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