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Pólo Cultural usa teatro e dança para estimular habilidades de crianças com necessidades especiais.

A arte auxiliando na inclusão de crianças especiais. Esta é a missão do Pólo Cultural de Múltiplas Linguagens, projeto inovador da 6ª Coordenadoria Regional de Ensino (CRE) em Anchieta, Zona Norte da cidade. O Pólo foi criado há três anos para ser um espaço onde houvesse uma convivência harmoniosa entre os alunos com deficiência e os demais alunos e que, através desse ambiente voltado para a atividade artística, as crianças com necessidades especiais pudessem vivenciar uma inclusão efetiva. Além disso, essas crianças poderiam exercitar suas habilidades motoras e sensoriais estimuladas por meio da dança, do teatro e de outras atividades artísticas

O Pólo Cultural de Múltiplas Linguagens é um espaço de interatividade, onde são desenvolvidas atividades de artes plásticas, teatro, dança, modelagens, expressão corporal, pintura e informática para alunos de toda a 6ª CRE, com idade até 14 anos, tendo ou não necessidades especiais. O projeto está instalado em quatro salas num espaço cedido pelo Ciep Oswald de Andrade, em Anchieta. Para a professora Simone Magalhães, uma das coordenadoras do Pólo, o fato de o projeto ter apenas três anos de existência e ser único em toda a Rede Municipal de Ensino faz com que ele ainda não tenha uma estrutura própria. ”Mas isso não impediu que, nesses três anos, cerca de 150 alunos com os mais variados tipos de deficiência participassem das atividades do Pólo”, afirmou.

Os alunos vão ao espaço de duas a três vezes por semana, sempre no horário inverso ao da escola e ficam, em média, quatro horas desenvolvendo as atividades oferecidas pelo Pólo. A professora Simone explicou que as crianças são livres para participar das atividades com as quais elas mais se identificam. O ideal, segundo ela, é que o aluno interaja com todas as atividades realizadas. Simone informou, ainda, que as crianças que têm dificuldades de locomoção são transportadas de suas casas até o Pólo por uma van, que faz o transporte de alunos do ensino especial .

Realizado por professores da 6ª CRE, da Secretaria Municipal de Educação, o Pólo Cultural de Múltiplas Linguagens é um projeto paradidático. O grande diferencial do trabalho desenvolvido é o uso da expressão artística como elemento de promoção da inclusão de criança. Um exemplo é o menino Alexandre Gonçalves Miranda, 9 anos. Segundo a mãe, Alba Gonçalves, o pólo foi importante para o desenvolvimento dele. Alexandre, que usa cadeira de rodas, faz questão de dizer que gosta muito do local onde funciona o projeto. Foi ele quem recebeu na entrada da escola a equipe de reportagem e mostrou todas as instalações do espaço.

Dona Alba diz que o maior avanço de Alexandre, no projeto, foi na utilização do computador e no contato com a arte. Explicou que ele sempre foi muito criativo e que o trabalho do Pólo estimulou essa criatividade. Alexandre participa das atividades no local há dois anos. Segundo dona Alba, os pais de crianças especiais devem ficar atentos para descobrir o potencial de seus filhos, trabalho que o Pólo Cultural auxilia muito.

Hoje, a Rede Municipal de Ensino do Município do Rio de Janeiro tem um dos mais avançados programas de inclusão de alunos com necessidades especiais. O Município foi um dos primeiros a realizar esse tipo de trabalho na rede de ensino. O Pólo Cultural é uma das muitas iniciativas que vão ao encontro dessa visão global e, acima de tudo, inclusiva.

O Pólo se prepara para, nesse início de ano, fazer uma apresentação na abertura do PAN da 6ª CRE. O trabalho já foi apresentado na mostra de dança da 6ª CRE, nos Jogos Integrados, Jogos Inclusivos, na I Jornada de Educação Inclusiva do Instituto Helena Antipoff e em muitas outras oportunidades, sendo sempre um momento de grande emoção. Acácia dos Santos, mãe do aluno Herbert Michaelis dos Santos Gomes, disse que ficou emocionada na primeira vez que viu o filho dançando no festival de dança do Rio de Janeiro. “Foi um momento de grande emoção”, lembrou. O Pólo Cultural de Múltiplas Linguagens fica na Praça Zelma s/nº, Parque Anchieta - Anexo ao Ciep Oswald de Andrade. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 2455-2916.

Fotos: Danielle Cezar
Texto: Fábio Fernandes (estagiário da SECS)

Fábio Fernandes tem 32 anos, é estagiário da Secretaria Especial de Comunicação Social da Prefeitura da Cidade e estudante de jornalismo da Universidade Estácio de Sá. Ele teve paralisia cerebral, o que não o impede de cursar a faculdade de jornalismo. Isto justifica sua constante preocupação em realizar matérias jornalísticas com enfoque na capacidade de realização de cada um. Fábio é jogador de bocha há 10 anos e autor de peças teatrais. Em 1998, escreveu “O menino que falava com os pés”, primeiro texto teatral a tratar do tema da inclusão escolar dos alunos com deficiência. Este trabalho deu origem ao Grupo Cultura Arte Viva, em 2001
Fábio não fala e tem grande dificuldade motora.

Todo o seu trabalho é realizado através de digitação com os dedos dos pés, em um teclado comum. Há quatro meses, Fábio faz estágio na Prefeitura do Rio de Janeiro. Além de digitar matérias para o site da Prefeitura (Notícias Rio), já realizou cobertura de eventos (IV Jornada de Educação Inclusiva, promovida pelo Instituto Helena Antipoff) e é o autor da matéria acima, cuja pauta ele mesmo sugeriu.







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