Cidade vive nas trevas
Cidade hoje cheia de luzes que destacam, inclusive, os edifícios que formam o seu patrimônio histórico, custa a crer que até 1710 a população do Rio de Janeiro vivesse literalmente na escuridão, iluminada apenas pelo luar - quando havia -, pelas estrelas, pelas candeias bruxuleantes das residências e pelos archotes portados por escravos que conduziam seus senhores através das ruas estreitas e perigosas. Em 19 de setembro de 1710, um lampião de azeite foi afixado no convento de Santo Antonio e era aceso todos os dias às 18h30 minutos. Conta-se que esse primeiro lume surgiu depois da invasão da cidade pelo corsário francês Jean François Duclerc. Nessa ocasião, vendo-se quase derrotado, o governador Francisco de Castro Morais ordenou que a imagem de Santo Antonio fosse colocada sobre o muro do convento, tendo nas mãos o bastão de comando, e que assumisse a liderança da defesa da cidade. A população recobrou ânimo e rechaçou os invasores, creditando ao comando do santo a vitória conseguida. Em agradecimento, Santo Antonio foi nomeado Capitão de Infantaria, passando a receber pontualmente o soldo referente ao cargo que ocupava, e sua imagem passou a ser iluminada pelo citado lampião.

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