Ourives burlam o fisco
A atual rua Miguel Couto antigamente reunia todos os ourives da cidade, impedidos de realizar sua atividade em qualquer outro logradouro. O governador Gomes Freire de Andrada, em 1742, dispôs nesse sentido para facilitar a arrecadação ao real erário, impedindo desvios do ouro, cujo quinto deveria ser pago à Metrópole portuguesa. A Carta Régia de 1766 mandou fechar todas as ourivesarias e prender pardos forros, oficiais, aprendizes das oficinas, distribuindo-os pelos corpos militares, e determinando que os escravos, em grande número dedicados a essa atividade, fossem devolvidos a seus proprietários. Em 1767, o vice-rei Conde da Cunha se referia à rua dos Ourives como a maior e mais populosa da cidade. "O ouro que ali se lavra é muito mais do que se sabe e se imagina. E quase todo extraviado das Casas de Fundição.(...) A rua é um coito de ladrões e vagabundos; todos interessados no contrabando do ouro." No século XIX, revogada a Carta Régia, retornaram os mercadores de ouro e prata à essa rua.

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