Ressacas
destroem casas na Lapa e na Glória
O litoral carioca sempre sofreu fortes investidas do mar. Hoje, no entanto,
as ressacas não são comuns na baía de Guanabara.
Em 1835, a violência das águas causou sérios transtornos
em grande parte da Lapa e da Glória - que na época ficavam
à beira-mar - e destruiu os paredões no fundo dos quintais
das casas que davam frente para a rua da Lapa, já que era costume
erguerem-se as casas de costas para o mar. Na estrada da Glória,
as águas subiram cerca de dez metros cobrindo a areia e entrando
terra adentro atingindo o casario da encosta do morro. As ressacas se
repetiam causando enorme transtorno à população residente
no local. Em 1857, um decreto imperial determinou a execução
de grandes obras, que duraram quatro anos. Com a construção
de barreiras de resistência às investidas da fúria
marinha, a faixa litorânea compreendida entre o Boqueirão
da Ajuda (onde hoje existe o Passeio Público) e a enseada da Glória
ficou protegida e também embelezada graças aos melhoramentos
realizados no campo dos Frades e na praia de Mar de Espanha que antigamente
ali existia.

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