Bombardeio
traz pânico à cidade
Durante o governo de Floriano Peixoto a Marinha revoltou-se sob o comando
do almirante Custódio José de Melo. No entanto, nos primeiros
dias da revolta a ordem pública e a fisionomia da cidade não
foram alteradas. A população continuava a viver como sempre,
passeando, trabalhando, divertindo-se, indiferente ao conflito na baía
de Guanabara. Porém, assim que as primeiras bombas começaram
a cair em algumas ruas e casas da cidade, seus habitantes foram tomados
pelo pânico e, abandonando seus pertences às pressas, trataram
de procurar abrigo junto a familiares que moravam nos subúrbios.
Vagões da Estrada de Ferro Central do Brasil, bondes e veículos
particulares transbordavam de passageiros aterrorizados; muitos fugiam
a pé, deixando vazias as vias litorâneas. Os estabelecimentos
comerciais cerraram suas portas. A cidade ficou deserta. Finda a revolta,
muitos cidadãos, ao retornarem às suas casas, queixaram-se
à Câmara Municipal solicitando ressarcimento pelos prejuízos
causados pelos bombardeios e pela ação dos gatunos que se
aproveitaram do terror para roubar as residências.

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