A cidade mergulha no black-out
Um dos efeitos da entrada do Brasil na II Guerra Mundial (1939-1945), ao lado dos países aliados, foi que o governo federal, sediado no Rio de Janeiro, estabeleceu, como medida de precaução contra bombardeios das potências inimigas e como meio de economizar eletricidade, o desligamento parcial ou total da rede de energia elétrica da cidade, implantando o chamado black-out. O desligamento da iluminação iniciou-se pela estátua do Cristo Redentor, no morro do Corcovado, no dia 29 de agosto de 1942. Logo a seguir, o black-out geral foi implantado no dia 1º de setembro do mesmo ano e durou até 17 de maio de 1944, quando o apoio norte-americano possibilitou o gradual restabelecimento da iluminação elétrica na cidade.

Para tornar a vida dos cariocas ainda mais difícil, além do racionamento de luz havia os racionamentos de gás, de carne e de leite. A manteiga também se tornou um produto caro e raro, sem falar nos combustíveis. Apenas os carros oficiais tinham acesso à gasolina, os demais precisaram ser adaptados para o gasogênio, produto feito à base de carvão. A importação de petróleo era obstruída pela guerra, obrigando ao governo decretar o racionamento dos seus derivados. A população foi treinada para reagir a possíveis ataques noturnos durante o black-out e enfrentou grandes filas para se abastecer. Porém, nem tudo foi racionamento e dificuldades. Os cariocas, e posteriormente, os demais brasileiros foram mudando os seus costumes graças à difusão do american way of life, imposto pela Política de Boa Vizinhança dos EUA, através da mídia impressa e principalmente do cinema, já que ainda não havia televisão. Os filmes de guerra e os musicais de Hollywood difundiram um novo papel para a mulher, então apresentada como uma trabalhadora participante do esforço de guerra.

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