Comemoração dos 200 anos da Chegada da Família Real Portuguesa ao Rio de Janeiro
Há duzentos anos atrás, fugindo da invasão francesa em Portugal, D. João VI chegou ao Brasil, mais especificamente a Salvador, onde decretou a Abertura dos Portos às Nações Amigas. Dias depois, aportou no Rio de Janeiro, e iniciou a sua obra de adaptação da cidade para receber a Corte e propiciar à elite portuguesa um pouco do conforto e da vida cultural a que estava habituada, bem como tomou as primeiras medidas para garantir o custeio de sua permanência. Com este objetivo, acabou por modificar profundamente os costumes vigentes e criou uma série de órgãos que dinamizaram a então pacata e rústica capital da Colônia, como o Banco do Brasil, a Fábrica de Pólvora, o Jardim Botânico, a Academia Imperial de Belas Artes, Academia de Medicina e Cirurgia, a Real Junta do Comércio, a Biblioteca Real, os Correios, a Academia Militar, a Casa da Moeda, o Observatório Astronômico, o Arsenal de Marinha, etc. Além disso, criou impostos, como a Décima Urbana, liberou a indústria, criou a Imprensa Régia, o Teatro São João, construiu estradas, fez melhoramentos nos portos, dando ao Brasil as condições para postular posteriormente a sua Independência.
Foram inúmeras os eventos organizados pela Prefeitura e Estado do Rio de Janeiro, pelo governo federal, pelas universidades, por órgãos culturais públicos e privados para celebrar esse acontecimento. Porém, ficará marcada para os cariocas a restauração da Igreja da Nossa Senhora do Monte do Carmo, conhecida também como a Antiga Sé, Sé Real ou Sé Imperial - localizada na rua primeiro de Março -, patrocinada pela Prefeitura do Rio com apoio da Fundação Roberto Marinho. Ela foi designada por D. João VI como a nova Capela Real Portuguesa e, depois, Catedral do Rio de Janeiro, condição que manteve até 1977, quando foi inaugurada a nova Catedral Metropolitana, na Av. Chile. Foi palco e testemunha de importantes eventos da família real, entre eles a sagração de D. João VI como rei de Portugal, em 1916, o casamento de D. Pedro com D. Leopoldina, em 1817. Na igreja estão depositados, desde 1903, parte dos restos mortais de Pedro Álvares Cabral, descobridor do Brasil; parte jaz na Igreja de Santa Maria da Graça, em Santarém, Portugal.
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