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Escola Técnica Estadual Visconde de Mauá
Endereço: Rua João Vicente, n° 1775 – Marechal Hermes
Tipo: Platoon (16 salas)
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.Inauguração - 24 de março de 1935
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Irineu Evangelista de Souza, empresário, industrial, banqueiro, político e diplomata brasileiro; nasceu em Arroio Grande, Município de Jaguarão, Rio Grande do Sul, em 1813. Foi um dos símbolos dos capitalistas empreendedores brasileiros do século XIX. Aos 11 anos, empregou-se como balconista de uma loja de tecidos. Passando a trabalhar na firma importadora de Ricardo Carruthers (1830), esse lhe ensinou inglês, contabilidade e a arte de comerciar. Aos 23 anos, tornou-se gerente e, logo depois, sócio da firma. A viagem que fez à Inglaterra em busca de recursos (1840), convenceu-o de que o Brasil deveria caminhar para a industrialização. Iniciando, sozinho, o ousado empreendimento de construir os estaleiros da Companhia Ponta da Areia, fundou a indústria naval brasileira em 1846, em Niterói, Rio de Janeiro, e, em um ano, já tinha a maior indústria do país, empregando mais de mil operários e produzindo navios, caldeiras para máquinas a vapor, engenhos de açúcar, guindastes, prensas, armas e tubos para encanamento de água. Do Ponta da Areia saíram os navios e canhões para as lutas contra Oribe, Rosas e López. A partir de então, dividiu-se entre as atividades de industrial e banqueiro. Foi pioneiro no campo dos serviços públicos: fundou uma companhia de gás para a iluminação pública do Rio de Janeiro, em 1851, organizou as companhias de navegação a vapor no Rio Grande do Sul e no Amazonas, em 1852, implantou a primeira estrada de ferro, da Raiz da Serra à cidade de Petrópolis, Rio de Janeiro (1854), inaugurou o trecho inicial da União e Indústria, primeira rodovia pavimentada do país, entre Petrópolis e Juiz de Fora (1854), realizou o assentamento do cabo submarino, em 1874, e muitas outras iniciativas. Em sociedade com capitalistas ingleses e cafeicultores paulistas, participou da construção da Recife and São Francisco Railway Company, da Ferrovia Dom Pedro II (atual Central do Brasil) e da São Paulo Railway (hoje Santos-Jundiaí). Iniciou a construção do Canal do Mangue, no Rio de Janeiro, e foi o responsável pela instalação dos primeiros cabos telegráficos submarinos, ligando o Brasil à Europa. No final da década de 1850, o visconde fundou o Banco Mauá, MacGregor & Cia, com filiais em várias capitais brasileiras e em Londres, Nova Iorque, Buenos Aires e Montevidéu. Liberal, abolicionista e contrário à Guerra do Paraguai, forneceu os recursos financeiros necessários à defesa de Montevidéu, quando o governo imperial decidiu intervir nas questões do Prata, em 1850. Assim, tornou-se “persona non grata” no Império. Suas fábricas passaram a ser alvo de sabotagens criminosas e seus negócios foram abalados pela legislação que sobretaxava as importações. Foi deputado pelo Rio Grande do Sul, em diversas legislaturas, mas renunciou ao mandato, em 1873, para cuidar de seus negócios, ameaçados desde a crise bancária, iniciada em 1864. Com a falência do Banco Mauá, em 1875, o visconde viu-se obrigado a vender a maioria de suas empresas a capitalistas estrangeiros. Doente, minado pelo diabetes, só descansou depois de pagar todas as dívidas. Ao longo da vida, recebeu os títulos de barão (1854) e visconde com grandeza (1874) de Mauá.

Faleceu em 1889.

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