A adolescência tem-se constituído, nos últimos anos, em tema de várias pesquisas, e, nestas, a sexualidade emerge com bastante significado associada às intensas transformações físicas e intrapsíquicas, próprias da idade. Nesta fase, o adolescente investe muito na busca de uma identidade através de sua aceitação no grupo de iguais ou turma, na sua relação afetiva, tendo como pano de fundo seu corpo, sua imagem corporal. Há uma onda de genitalização, na mídia especialmente, que estimula a vivência sexual e uma preocupação com o desempenho, para um jovem com o corpo em intensa transformação e transbordando de dúvidas. Ao mesmo tempo, mergulha o adolescente num reducionismo que dificulta a valorização de outras formas de prazer tão importantes num relacionamento a dois, como ouvir música, dançar, praticar esporte, enfim, sentir-se por inteiro.
Diante de tal preocupação proponho um trabalho de resgate a sexualidade dos jovens visando, por meio do diálogo e da reflexão, à possibilidade de reconstruir as informações, pontuando sempre o respeito a si próprio e ao outro, pois desta forma, o adolescente conseguirá transformar ou reafirmar concepções e princípios, construindo de maneira significativa seu próprio código de valores.
As atividades propostas destinam-se a todos os discentes visto que a sexualidade é um atributo de qualquer ser humano, porém são mais adequadas a adolescentes. Assim, o trabalho de Orientação Sexual aos adolescentes não deve levar em conta, apenas as mudanças que ocorrem em seu corpo sob efeito dos hormônios sexuais; mas sobretudo, os sentimentos e emoções decorrentes do processo educacional e vivencial do indivíduo em relação à sua sexualidade.