Ação Cultural na Escola
 

Mídia Como Linguagem Educativa: Transformação no Saber

Ano 2004
 
NOME: Andréa Stelzer Cargo: PI
CORREIO ELETRÔNICO: andrea.stelzer@bol.com.br
 
LOTAÇÃO: E.M. Finlândia E/7ª CRE
 
 
O PENSAMENTO MÍTICO E A PERFORMANCE NO COTIDIANO ESCOLAR
 

O presente estudo procura relacionar o pensamento mítico com a prática da performance teatral a partir da experiência do aluno-encenador, no intuito da valorização dos mitos e a sua reestruturação no cotidiano. Gostaria de começar investigando o conceito de performance, bricolagem e suas relações partindo do texto de Levi Strauss sobre o Pensamento selvagem, pois acho fundamental chegarmos à origem, ao que é primário, no sentido de primeiro, a todas as culturas e que não é somente o que a mídia nos passa a partir do preconceito da cultura ocidental científica e lógica. Isto caracterizou o domínio do logos ao do mythos, entendendo como logos a verdade, o rigor, a racionalidade lógica e mythos como a fabulação, a imaginação, sem compromissos com a verdade, por operar por meio da oralidade que construía-se na relação fugaz, direta e carismática do narrador com seu público.
O problema é que desta forma as diferenças são entendidas como desigualdades, transformando-o numa escala evolutiva que vai do selvagem ao civilizado.
Desvaloriza-se a cultura primitiva, que são os mitos e as narrativas orais, que contém verdades fundamentais de um povo e de uma época. Os mitos explicam o comportamento das pessoas em sociedades, preservam o equilíbrio do organismo social evitando o conflito, assim como a arte, sendo que o mito é a estrutura a partir da qual ela poderá ser criada. Desta forma, pretendo relacionar também o pensamento mítico com a bricolagem no sentido de fazer um recorte, um desmonte da estrutura já existente de um repertório cultural e fazer uma reorganização para uma nova estrutura, adaptando-a a novos signos e significados. A ciência sempre busca novos conceitos partindo de novas matérias e criando novas teorias, enquanto que os mitos são sempre fontes significantes, podendo ser um foco para diversas significações, sendo inclusive a própria metáfora de signos, que podem adquirir sempre novos conceitos.
Sendo assim, estudar e investigar os mitos e contextualiza-los através da performance pode ser uma forma muito prazerosa de perceber a constante transformação dos mitos de nossa sociedade e da cultura a qual estamos inseridos.