Ação Cultural na Escola
 

A Educação Como Estratégia de Inclusão; Desafios para o Educador

Ano 2002
 
NOME: Janaina Cruz da Silva Cargo: PII
 
 
LOTAÇÃO: CIEP Poeta Fernando Pessoa

E/6ª CRE

 
 
ALFABETIZAÇÃO E OUTRAS INTERVENÇÕES PEDAGÓGICAS COM UM PORTADOR DE TRANSTORNO PSICOPATOLÓGICOS
 
Como pode-se perceber, as atividades utilizadas eram desenvolvidas a partir dos interesses, muitas vezes atípico do aluno, e paralelamente ao trabalho de redução de condutas inadequadas, estereotipias, auto e hetero agressão. Fazíamos isto através de posturas de redirecionamento do aluno à atividades sadias e construtivas, antes que evoluísse comportamentos impróprios. Utilizávamos também a estruturação da rotina–portadores de alguns quadros sindrômicos de ordem neuro-psíquica precisam de uma rotina para que se organizem, assim como de um trabalho que os permita passar ou amenizar a quebra da mesma.
Devido as peculiaridades do quadro psicopatológico apresentando, R. desenvolveu-se em uma dinâmica bastante diferenciada do movimento que temos na maioria das salas de aula. Uma série de adaptações e ritos de passagem ocorreram: do não uso do lápis, ao uso posterior do giz, em seguida do lápis em folhas fixas na parede (porque tinha dificuldade para sentar-se) e finalmente, a prática da escrita com R. sentado. Outro movimento distinto se exemplifica com as ações para controle das reações do aluno, diferenciadas a cada situação. De alegria, R. poderia jogar uma cadeira ou gritar pela sala, por exemplo.
Estes dados nos leva a perceber o quanto a Educação Especial revela-se importante na vida escolar e social de muitos portadores de necessidades especiais. O ritmo de R. não lhe ofereceria bons rendimentos em uma turma regular. O aluno precisava de uma atenção especial para que construísse a relação de identidade, por exemplo.
Atualmente R. permanece em classe especial onde é trabalhado para avançar na sistematização da fala e da escrita e junto à escola conta com abordagens terapêuticas que talvez possam levá-lo a inclusão em turmas regulares, pois no ambiente escolar e social maior a escola já deu conta de incluí-lo, a medida em que favoreceu o desenvolvimento de sua linguagem e de suas relações interpessoais, as quais mesmo não estruturadas por completo, podem garantir ao aluno um estado de maior comunicação e convivência em relação ao que apresentava ao iniciar nesta classe.
Como conhecedores de uma turma de condutas Típicas de Síndromes, acreditamos necessário encerrar este relato, afirmando que o desempenho de R.
ocorreu de forma produtiva e acelerada se comparada ao dos demais alunos de sua classe. Nesta, os objetivos são traçados por aluno e os resultados alcançados dependem obviamente das intervenções pedagógicas, porém fundamentalmente do quadro psicopatológico de cada estudante. Temos alunos
com comprometimentos severos do tipo: psicoses e autismo em grau severo ou associado à deficiência mental. Este casos diminuem expressivamente o déficit de atenção e/ou elevam o excesso de manias, o que diante da prática pedagógica exigem um tempo maior de observações, intervenções e fundamentações teóricas que estamos buscando para compreender suas zonas de desenvolvimento proximal, já que temos como complicador, ausência de comunicação verbal ou gestual.