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Educação como Prática de /para Cidadania |
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Ano
2003 |
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NOME: Edinalva da Paz Batista de Abreu | Cargo: PII |
CORREIO ELETRÔNICO: ednalvabraille@globo.com.br | |
LOTAÇÃO: E/8ªCRE |
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APRENDER
BRINCANDO |
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A
partir da experiência de alguns anos com turmas de alfabetização
de alunos deficientes visuais (cegos e de baixa visão), venho observando
que como as outras crianças, estas preferem e necessitam do lúdico
para melhores estímulos e experiências nas questões
espaciais e temporais. Jogos utilizando bambolê, bolas e estímulos sonoros inicialmente incentiva o reconhecimento e uso do corpo, aspecto essencial na preparação para a alfabetização. Ouvir histórias, jogos de imaginação e trabalhos em grupos são atividades enriquecedoras. Usar os gestos também é de grande valia, pois enriquecem o trabalho, as idéias, pensamentos e noções. Um jogo que as crianças gostam muito e o do Resta Braille, que foi adaptado a partir do brinquedo Resta Um, onde são cobertas (com fita crepe) as duas laterais, esquerda e direita. E os seis pontos centrais transformam-se em uma cela Braille, onde se monta a letrinha Braille com os pininhos plásticos, nos lugares correspondentes. Já que os seis pontos são dispostos em duas colunas verticais, com três pontos em cada uma, formando um retângulo. Um outro brinquedo denominado Pote Braille (nome escolhido pelos alunos), que é confeccionado com uma bandeja de isopor, dessas que encontramos nos supermercados com carne, queijo, presunto etc. e seis potinhos pretos de filmes fotográficos vazios, que o aluno retira e coloca montando as letras em Braille. Este brinquedo é ótimo para ser manuseado, pois dá a noção de um macro Braille (bem grande). Cada criança confecciona o seu. É uma ótima oportunidade de se trabalhar com sucata aliada à criatividade. O Jogo das Tampinhas ou QVL (quadro valor-de-lugar), usando tampinhas de creme dental (representando a unidade), a de refrigerante Pet (representando a dezena ) e a de ula ula (representando a centena), em muito auxilia no ensino da matemática. É na verdade um excelente jogo para a preparação da iniciação ao uso do sorobã, (ábaco) instrumento adaptado para deficientes visuais realizarem cálculos matemáticos. Também jogos feitos com tampa de caixa de madeira, com tiras de velcro colados para ser utilizados como prancha de escrita, afixados cartões em macro Braille, para aluno cego com paralisia cerebral e conseqüentemente, comprometimento motor severo. Jogos de figuras em material emborrachado e em relevo usando tinta acripufi, (tinta silk screen fofa), cola quente, para melhor percepção de detalhes através do toque. Assim como utiliza-se o trabalho de montagem de mercadinho com turma regular, nas turmas especiais usamos também o mercadinho adaptado com os nomes dos produtos rotulados em Braille, assim como as notinhas com os valores do dinheiro em Braille, trabalhando a partir daí, problemas envolvendo quantias monetárias, assim como cálculo e escrito propriamente dita. Quase tudo pode ser adaptado para o sistema Braille, dependendo da necessidade do aluno e da percepção do professor. Nada precisa ser mirabolante, fenomenal e sim na medida certa para cada aluno. Brinquedos cantados, brincadeiras de roda, utilização de letras e músicas, nos textos na sala de aula, assim como jogos táteis com caixas de auto-ditado, (reálias = objetos em miniaturas) para os alunos tocarem e escreverem os nomes, jogos de adivinhação ( o que é o que é? ), jogo Barabraille, cartas de baralho, impressos os valores dos números em Braille. Onde somam, diminuem, multiplicam ou dividem. Onde brincam em duplas. Descobrir de onde vem o som, onde podem bater palmas, pés, assobiar e localizar a direção de onde vem o som. Jogos da memória onde se trabalha pares de palavras escritas em Braille ou ampliadas, pequenos objetos em pares colados em cartões, imãs de geladeira. |