Ação Cultural na Escola
 

A Escola no Novo Milênio,Desafios para o Professor

Ano 2001
 
NOME: Celia Maria Gonçalves Lopes Himelfarb Cargo: PII
CORREIO ELETRÔNICO: mariah_rodrigues@hotmail.com
 
LOTAÇÃO: E.M. Santa Catarina E/1ª CRE
 
 
A ESCOLA DO NOVO MILÊNIO: DESAFIOS PARA O PROFESSOR
 

Trabalhar cultura popular na escola precisa de data? Não se pode conciliar ambas no cotidiano do ensino? É relativar a homogeneização das diversas lingüísticas culturais, abrindo-se para o reconhecimento das diferenças e, não cristalizá-las em prateleiras e nos planos pedagógicos do ensino fundamental.
É o revitalizar a história com a própria cultura, pois integra ao povo-raiz: o índio, o caboclo, o negro, o europeu colonizador, como agentes transformadores. Os enredos das Escolas de Samba resgatam as tradições, à revelação das raízes, um movimento paralelo. É primordial o uso da biblioteca como fonte dos contadores de histórias, cantando personagens e enredos, trazendo a circularidade entre a oralidade e o texto na cultura popular. E a pesquisa, como um todo, educa, orienta, permite a referência cultural.
A crise de identidade de um mundo globalizado, traz com mais força a busca de uma alternativa para superá-la. Neste sentido o enredo cumpre um papel importantíssimo, pois evidencia as diferenças e a diversidade de tais identidades sociais, convidando todos a se unir, para resgatar a memória, suas tradições e sua história como mensagem, cujo significado sintetiza a preservação dos símbolos da vida social. Nutre diferentes sensibilidades e temas unificados, como a cultura popular, em formas expressivas pela capacidade humana, gerando assim uma leitura da arte viva e espontânea. É a interpretação de um sentir, que resume o conhecimento da sociedade que se reflete na escola, conservando assim um caráter inconfundível como o próprio idioma.
O Brasil é tudo isso. As distintas etnias e culturas do português, do africano, do índio, dos imigrantes em geral, resultam na soma de tradições locais e importadas que geram expressões novas e desconhecidas até então. De norte a sul do país, as festas populares, sejam elas cíclicas, religiosas ou cívicas, inspiram os enredos das Escolas de Samba, e, devem ser reforçadas nas escolas, porque envolvem o espírito de sacralização do símbolo coletivo. E os enredos também acrescentam outras mais modernas, decorrentes de novas etnias e tendências culturais apropriadas para o nosso povo: os espetáculos esportivos, os grandes shows, o baile do clube, a celebração de um produto e seu produtor e até as manifestações políticas sempre argüidas e discutidas.
É importante que as escolas incentivem esse trabalho de sobrevivência da memória sócio-cultural-econômica política do brasileiro, que não deve ser somente despertada uma vez por ano durante três dias, mas no cotidiano da Educação. E que saia das escolas e vá para as ruas que é o seu lugar. Que a escola também tenha a tarefa – não somente ela – de criar e recriar estas festas constantemente por uma necessidade de afirmação coletiva. O cultura brasileira tem som, imagem, palavra, cheiro, sabor e tantas outras formas não-verbais que convivem e interagem numa pratica tão desejada e interdisciplinar.