Na
busca da construção coletiva do conhecimento, que em hipótese
alguma deve ser privilégio de poucos, precisamos mais do que nunca
construir pontes entre campos do conhecimento, como forma de levar nossos
alunos a compreenderem o mundo de forma mais articulada e de se tornarem
autores do conhecimento. (Multieducação, p. 32)
Com a inserção das tecnologias no ensino, e com a falta
de softwares educativos desenvolvidos especialmente para os alunos da
rede pública de ensino da cidade do Rio de Janeiro, é inevitável
que daqui a alguns anos seja necessária a elaboração
e o desenvolvimento de um software educativo que atenda às necessidades
educacionais dos nossos alunos, fazendo deles construtores do próprio
conhecimento e que leve em consideração em sua estrutura,
os seus aspectos sócio-culturais.
Enquanto esse momento não se torna uma realidade, é preciso
que dentro da capacitação do docente da rede municipal do
Rio de Janeiro em informática educativa, a análise de softwares
educativos e o estudo da sua estrutura seja apresentada como uma importante
tarefa, a ser desenvolvida antes mesmo da elaboração dos
Projetos de Ação Pedagógica; projetos esses que ganham
novas possibilidades com o auxílio das tecnologias computacionais.
Para que a transição dos antigos materiais didáticos
para as novas tecnologias de ensino se proceda de forma correta e na velocidade
que se espera, é imprescindível que todo o aprendizado acumulado
do professor seja respeitado.
Não se pode pretender capacitar o professor em informática
educativa, ensinando-lhe os fundamentos básicos das ferramentas
computacionais somente, pois ser um usuário de computador não
implica necessariamente em ser um especialista em informática educativa.
É necessário que se faça sempre uma ponte entre as
antigas e as novas tecnologias de ensino, para que o professor reconheça
e identifique na ferramenta computacional as mesmas possibilidades que
reconhecia no mimeógrafo ou no livro didático, afim de que
crie e desenvolva atividades especialmente para os seus alunos utilizando
o computador, e não somente ele; que utilize igualmente revistas,
vídeos, músicas e etc.
As tecnologias que podem ser inseridas no contexto escolar não
se resumem apenas aos softwares educativos. Estes porém são
o que existe de mais viável financeiramente e os que possibilitam
uma variedade muito grande de atividades.
Dentro de todas essas mudanças, cabe ao professor compreender que
os movimentos de capacitação profissional são uma
demonstração clara de que por mais que as tecnologias sejam
importantes, o profissional da educação terá sempre
assegurada a sua participação no processo de ensino-aprendizagem,
sendo o mediador e o orientador das atividades dos seus alunos.
O computador não irá substituir o professor, nem o quadro
de giz, nem os mapas, nem o globo terrestre, muitos menos os livros e
revistas. Todo esse material irá continuar a existir na sala de
aula, porém terão seu uso diversificado graças ao
novo “olhar” que tanto o professor quanto seus alunos terão
em relação aos mesmos materiais; pois ambos sempre estarão
em busca de novos conhecimentos. |