Em 1870, termina
a Guerra do Paraguai com a vitória da Tríplice Aliança,
formada pelo Brasil, Argentina e Uruguai.
A vitória
brasileira possibilitou a utilização do sentimento
patriótico, por parte do governo imperial, para reforçar
sua legitimidade e sua aceitação, que começavam
a ser questionadas, na década de 1870, pelo movimento abolicionista,
pela Questão Religiosa e pelo Manifesto Republicano.
Com a euforia
da vitória, alguns cidadãos brasileiros deram início
a uma campanha para erigir uma estátua equestre do
Imperador, o que foi recusado por D. Pedro II. Ele sugeriu que
os recursos para a construção da estátua
fossem usados na educação pública, reforçando
a imagem de um governante preocupado com o povo e caracterizando
o início de uma política governamental voltada para
a educação pública, que deveria ser realizada
em prédios próprios.
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Até
então, as escolas
públicas que
existiam, funcionavam
em prédios alugados e o governo imperial também
subvencionava algumas escolas particulares. O próprio Imperador
mantinha, por sua conta, duas escolas particulares: uma na Freguesia
de Santa Cruz e ,outra, na Quinta da Boa Vista.
A
partir de 1870, surgem as “Escolas do Imperador”, estabelecidas
em prédios próprios, para a instrução
primária no Município da Corte, a partir da iniciativa
de D. Pedro II de não aceitar a construção
de uma estátua equestre em sua homenagem, e da ação
da Câmara Municipal da Corte, que mandou construir a “Escola
da Freguesia de Sant'Anna – Escola São Sebastião”,
usando também recursos dos cofres municipais, a primeira
“Escola do Imperador”. A partir daí, ou através
da associação de verbas governamentais com capitais
particulares, ou através de subscrições públicas,
outras escolas foram erguidas.
Esses edifícios, construídos em importantes localidades
da cidade, com proporções avantajadas, dentro de tendências
estéticas da época e com utilização
de materiais nobres, ganhavam destaque em meio à paisagem
urbana. Essa monumentalidade e a propaganda que envolviam o lançamento
da pedra fundamental e da inauguração desses prédios,
que contavam com a presença do próprio Imperador,
refletem o personalismo de D. Pedro II, sutil e encoberto sob a
imagem do governante protetor de uma grande causa, a “educação”,
ainda que amasse sinceramente as artes e as ciências. Era
o “Imperador Mestre-Escola”. |
Apesar de
as “Escolas do Imperador” não poderem ser consideradas
como parte de um projeto nacional em benefício da educação,
elas representam o início da formação da
rede de Escolas Públicas da Prefeitura da Cidade do Rio
de Janeiro. Dos seis prédios que conseguiram sobreviver
aos processos de demolição sofridos pela cidade
em sua modernização, quatro prédios pertencem
a nossa rede de escolas e ainda funcionam com o objetivo inicial:
a educação pública. Dos outros dois prédios,
um foi transformado no Centro Cultural José Bonifácio,
vinculado à Secretaria das Culturas da Prefeitura da Cidade
do Rio e Janeiro, e, o outro, abriga o Colégio Estadual
Amaro Cavalcanti.
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Veja as imagens e saiba mais sobre as Escolas do imperador. |