A Revolução de 30, fruto de uma grande coalizão de forças que muitas vezes se opunham, possibilitou, de início, que intelectuais e educadores “escolanovistas” pudessem pôr em marcha suas idéias de renovação da educação brasileira.

Aqui, no Rio de Janeiro, em setembro de 1931, foi nomeado Interventor do Distrito Federal o “tenentista” Pedro Ernesto. Anísio Teixeira, convidado pelo prefeito, assumiu o cargo de Secretário de Educação (Diretoria da Instrução Pública). De 1931 a 1935, Anísio Teixeira transformou radicalmente o quadro do ensino no Rio de Janeiro, introduzindo novas concepções, tanto pedagógicas quanto arquitetônicas.

Após o pedido de demissão de Anísio Teixeira, em 1935, o jurista Francisco Campos, Ministro da Educação e Saúde, no período de 1930 a 1932, assumiu a Secretaria de Educação do Distrito Federal. Francisco Campos iniciou a demolição da obra de Anísio Teixeira, considerado “comunista” pelas forças conservadoras da Revolução de 1930, capitaneadas pelo “grupo católico”.

Com o golpe de 1937, Getúlio Vargas deslocou Francisco Campos para o Ministério da Justiça, nomeando para o seu lugar Pio Borges, que ficou no cargo até 1945. Durante este tempo, o Ministério da Educação, sob a chefia de Gustavo Capanema, influenciado pelo “grupo católico”, deu continuidade ao desmonte da gestão “escolanovista” de Anísio Teixeira, na Cidade do Rio de Janeiro. Foi a época do incentivo à educação cívica, com grandes concentrações estudantis para louvar o Estado Novo. As escolas cariocas estiveram sob essa orientação até a queda de Getúlio Vargas, em 1945.

Silas Ayres de Mattos