Finalizada a Biblioteca Carioca, houve um interregno de cerca de 1 ano, em que a iniciativa foi retomada, não mais pelo Departamento de Documentação e Informação Cultural, mas pela direção do Arquivo da Cidade. Isto porque a Biblioteca Carioca havia deixado uma lacuna muito grande e pesquisadores, estudantes e interessados nos temas referentes à cidade lamentaram a sua extinção, reivindicando o seu retorno. Foram, então publicadas com este selo 2 livros elaborados pela equipe da Gerência de Pesquisa do Arquivo da Cidade e 3 obras que constituem teses de doutoramento e dissertação de mestrado. Arquivos disponíveis em formato PDF.
A cidade do Rio de Janeiro foi modificada por diversas intervenções urbanas. Este livro possibilita aos mais jovens visualizarem um Rio de Janeiro que sequer supunham ter existido e, aos mais vividos, recordarem velhos tempos. São visões do passado, de um Rio de Janeiro bem distinto, no qual o cotidiano de seus habitantes se desenvolvia num ritmo diferente. Este livro, da autoria da Gerência de Pesquisa do Arquivo da Cidade e coordenado por Sandra Horta, proporciona uma viagem através das imagens de um Rio antigo que já não existe mais, extraídas do acervo precioso da instituição.
Até chegarem a ser intituladas como o maior espetáculo da terra, as escolas de samba passaram por um longo e difícil caminho de reconhecimento nacional e internacional. Nelson da Nóbrega Fernandes refaz essa caminhada do samba, que foi guiada com eficiência e sabedoria por um grupo de sambistas, malandros e trabalhadores apaixonados pelo seu ritmo e encantados pelo seu feitiço. Como diz o autor, o Carnaval é a expressão de uma rara vitória dos vencidos que se manifestou em nossas ruas. Percorrer os tempos e lugares do samba carioca nos permite reconhecer a faceta elitista e excludente da formação social brasileira e a violência da polícia para com os pretos, pobres e boêmios, infelizmente ainda atuais.
Obra de autoria de Restier Gonçalves, organizada por Sandra Horta, é uma valiosa fonte para todos os que se interessam pelo estudo da história do Rio de Janeiro, escrita por um incansável “investigador”. Constitui uma narrativa de fatos encadeados cronologicamente e dispostos espacialmente, procurando levantar episódios relativos à “posse do chão carioca”, partindo da doação de sesmaria à Câmara, por Estácio de Sá, em 1565. Para melhor compreensão do leitor, a equipe da Gerência de Pesquisa do Arquivo da Cidade elaborou glossário, histórico de logradouros, notas históricas e biográficas. Prefácio e notas explicativas de autoria do professor Nireu Cavalcanti.
Nesta obra, Carlos Kessel acompanha duas trajetórias: a de Carlos Sampaio e a da cidade que ele governou. A participação de Carlos Sampaio nos grandes empreendimentos que mudaram radicalmente a paisagem urbana carioca e a vida de seus habitantes é analisada a partir de uma extensa produção textual, que permite deslindar sua visão de mundo e da cidade. Este livro nos coloca diante de problemas de nossa contemporaneidade e fornece um olhar dinâmico sobre a história político-administrativa desta cidade.
Este livro focaliza a organização da capoeiragem na cidade, quando submetida à violenta repressão fundamentada num regime autoritário. Luis Sergio Dias recompõe a sonoridade e o colorido das ruas, com as correrias dos capoeiras, muitos deles mestres na arte da rasteira e do tombo, cujas habilidades tornaram-se requisitadas pelas necessidades do jogo políticopartidário ajustado à estabilização do Segundo Reinado.
O Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro é uma instituição secular, já que foi criado em 1567. Uma trajetória de tamanho espectro merecia a reconstituição de sua história, Para subsidiar esta reconstituição, optou-se por entrevistar algumas pessoas que estiveram imediatamente ligadas à performance da instituição e tiveram um papel fundamental na sua evolução. Assim, depoimentos de personalidades que ocuparam postos importantes na administração municipal, assim como arquitetos, engenheiros e professores, revelam um pouco do passado do órgão arquivístico e da cidade que o abriga.
Há sempre bons motivos para se revisitar a trajetória de uma instituição, problematizando suas estruturas e sua forma de organização e de funcionamento, destacando os seus principais sujeitos e atores sociais. Especialmente quando é uma instituição tradicional, com uma ampla folha de serviços prestados à sociedade carioca e brasileira, como o Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro.
De autoria de Maria Celia Fernandes este livro trata da história de uma instituição arquivística que detém a custódia de um acervo documental de inestimável valor histórico e probatório, que permite a reconstituição não apenas da organização política e administrativa da cidade, mas também da sua história social, demográfica, econômica e cultural.
Este trabalho apresenta um índice temático da documentação do Senado da Câmara do Rio de Janeiro, depositado no Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, considerando o papel dessa instituição político-administrativa no decurso das transformações advindas da transmigração da família real portuguesa para o Brasil. Analisa, ainda, as principais possibilidades de estudo encontradas em tal documentação no que tange ao estudo dessa temática.
A autora empreende uma análise sobre a influência da Câmara Municipal em todos os aspectos relacionados ao comércio de carnes verdes destinado ao abastecimento da cidade do Rio de Janeiro, regulando não só a oferta de alimentos como estabelecendo o preço justo de cada gênero. Revela, assim, como essa instituição detinha um grande autonomia na condução dos assuntos locais, respeitada inclusive pela Coroa portuguesa, uma vez que essa ascendência tinha um papel importante na manutenção do equilíbrio entre as esferas distintas de poder no período colonial.
Este trabalho inaugura o selo de produção intelectual do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, que contempla os trabalhos desenvolvidos pela equipe da instituição.